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terça-feira, 24 de abril de 2018

Caixa reduz juros do crédito imobiliário

Caixa reduz juros do crédito imobiliário


Limite para a cota de financiamento do usado sobe de 50% para 70% (Daniel Teixeira/AE/VEJA)

Banco volta a ter uma das taxas mais competitivas do mercado, com percentual a partir de 9% ao ano

Caixa Econômica Federal anunciou, nesta segunda-feira, a redução dos juros do crédito imobiliário utilizando recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). As taxas mínimas passaram de 10,25% para 9% ao ano, no caso de imóveis dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), e de 11,25% para 10%, para propriedades enquadradas no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).

Com isso, a Caixa volta a ter taxas de mercado competitivas. Até agora o banco estatal era o único entre os cinco maiores do país com juros acima de 10%. Itaú opera com porcentual a partir de 9%; Banco do Brasil, 9,24%; Santander, com 9,49%; e Bradesco, a partir de 9,45%, conforme dados disponíveis nos sites das instituições financeiras.





















terça-feira, 3 de abril de 2018

Crise brasileira x bolha imobiliária americana: entenda as diferenças

Crise brasileira x bolha imobiliária americana: entenda as diferenças

Ambas resultaram em queda na venda de imóveis, mas foram provocadas por situações diferentes; desvalorização nos preços foi maior nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, a chamada crise das hipotecas subprime (entre 2007 e 2009), que aconteceu após uma bolha que valorizou de forma desproporcional os imóveis, fez o preço das residências recuar. Já a crise econômica brasileira, que começou em 2015, resultou em estagnação do mercado de imóveis. Porém, não houve diminuição acentuada nos preços.

“Durante o processo de crise nos Estados Unidos a desvalorização dos imóveis chegou a 35%. Variação de preço bem maior se comparada ao ramo imobiliário brasileiro, que teve uma oscilação negativa de 1%. O mercado andou de lado no Brasil. O que houve aqui foi uma paralisada nos estoques, a indústria teve a estratégia de não lançar unidades”, diz o economista Eduardo Reis Araújo.

“Durante o processo de crise nos Estados Unidos a desvalorização dos imóveis chegou a 35%. Variação de preço bem maior se comparada ao ramo imobiliário brasileiro, que teve uma oscilação negativa de 1%. O mercado andou de lado no Brasil. O que houve aqui foi uma paralisada nos estoques, a indústria teve a estratégia de não lançar unidades”, diz o economista Eduardo Reis Araújo.

Ele lembra que o mecanismo de financiamento residencial no País é diferente do americano, cuja crise se deu justamente pelo modo hipoteca de risco, que é dar o imóvel em garantia do empréstimo. “Aqui o Sistema Financeiro Habitacional (SFH) não usa operação de derivativos (com mais instabilidade e riscos), é um mercado mais simples”.
Segundo o economista Luciano Nakabashi, da Universidade de São Paulo (USP), no Brasil os problemas da economia afetaram o setor imobiliário, sendo que o oposto ocorreu nos EUA – o problema começou no ramo de imóveis.
“Nos Estados Unidos, ocorreu uma bolha imobiliária pela reduzida taxa de juros e pela facilidade do acesso ao crédito com pouco controle. No Brasil, a crise imobiliária foi decorrente dos problemas derivados de um excesso de estímulos à demanda agregada (bens e serviços) e dos gastos públicos, de um governo que interferiu demasiadamente da economia”.
O economista Telêmaco Genovesi, explica que quando a crise começou nos EUA, as pessoas simplesmente pararam de pagar os empréstimos e entregaram as casas hipotecadas.
“Isso virou uma bola de neve, porque os bancos ficaram com esse estoque de residências e tinham que se desfazer, vendendo barato. Já no mercado brasileiro, os preços estavam muito elevados (antes da crise) e simplesmente houve um ajuste (agora)”

Veja os detalhes das crises:

Motivo

Brasil: a crise imobiliária foi decorrente dos problemas enfrentados pela economia brasileira, cuja causa também teve origem política.
Estados Unidos: os problemas no setor imobiliário é que levaram caos para a economia como um todo. A crise das hipotecas subprime iniciou a situação: eram empréstimos com elevados riscos, tendo o imóvel como garantia. Porém, muitos americanos começaram a não quitar as parcelas e a situação ficou complicada.

Período

Brasil: começou a afetar o setor imobiliário em 2015 e ainda permanece, embora já ocorra projeções de recuperação.
Estados Unidos: o início foi em agosto de 2007 e um ano depois chegou no auge. O início da retomada foi em fevereiro de 2009 e hoje o mercado já não enfrenta mais a situação.

Efeitos

Brasil: mais de 14 milhões de desempregados e milhares de empresas falidas. Os juros dispararam e a taxa Selic chegou a 14,25% em 2015, a maior desde 2006. A inflação foi a 10,67% em 2015, maior taxa desde 2002.
Estados Unidos: estima-se que 10 milhões de pessoas entregaram suas casas porque deixaram de pagar hipotecas. A bolsa de valores despencou e afetou em cheio a economia do País. Quase 9 milhões de pessoas perderam o emprego e o PIB dos Estados Unidos recuou 3,1%.

Antes da crise

Brasil: Houve uma grande alta no preço dos imóveis, chamada de boom imobiliário. Entre 2009 e 2013, a valorização chegou a 121%.
Estados Unidos: ocorreu a bolha imobiliária, um aumento irreal dos preços dos imóveis. A bolha foi resultado da especulação no mercado hipotecário. Os bancos queriam emprestar dinheiro, mas como as pessoas estavam em boa situação econômica no País, não havia essa demanda. Então eles passaram a supervalorizar os imóveis e oferecer altos empréstimos com a residência como garantia.