e acordo com o Índice FipeZap, desde 2014, o preço médio de venda dos imóveis residenciais prontos caiu 17%, consideradas diversas das principais cidades do país.

As regiões em que a redução dos preços foi mais expressiva foram as cidades do Rio de Janeiro, Niterói e Fortaleza e o Distrito Federal. Durante o período apurado, Belo Horizonte e Florianópolis foram as duas únicas cidades em que houve aumento dos preços dos imóveis residenciais acima da inflação.
Os especialistas do mercado creem que os preços não sofrerão nova redução, se manterão estáveis ou acompanharão a inflação de 3,95%, esperada para 2018, conforme divulgado pelo boletim Focus, publicado em 8.1.18 no site do Banco Central.
Outro fator que favorece a compra de imóveis residenciais neste ano é a retomada do crédito para financiamento imobiliário com juros menores e certa flexibilização.
Após 2 anos de resultados negativos, em 2017, os depósitos na caderneta de poupança superaram as retiradas em R$17,12 milhões. Este cenário garante maior disponibilidade de crédito destinado ao mercado imobiliário, já que cerca de 65% dos recursos captados pelos bancos em caderneta de poupança devem ser canalizados para o financiamento de imóveis.
Além disso, a Caixa Econômica Federal reabriu a linha de crédito Pró-cotista (que usa recursos do FGTS), uma das mais baratas do país, perdendo apenas para o crédito do Minha Casa Minha Vida, com juros que variam entre 7,85% a 8,85%. A Caixa também flexibilizou o crédito para imóveis usados, aumentando o percentual de financiamento de 50% para 70%.
No entanto, é importante lembrar que os recursos da linha Pró-cotista são escassos. Em 2017, foram disponibilizados R$7,74 bilhões, que atenderam a demanda de financiamentos apenas nos primeiros 6 meses do ano. Para o ano de 2018, o valor da linha foi diminuído para R$5 bilhões e deve se esgotar por volta do mês de julho.
Os analistas acreditam que a redução de recursos do FGTS, em decorrência dos saques autorizados em 2017, levará a Caixa a privilegiar os financiamentos voltados a famílias de baixa renda. Os demais financiamentos imobiliários deverão ser oriundos dos investimentos alocados na poupança ou, ainda, de fundos levantados por meio da emissão de Letras Imobiliárias Garantidas – LIG (novo título trazido pela Lei n.º 13.097/2015, regulamentado pelo Banco Central em Agosto de 2017).
Embora ainda haja bastante oferta de imóveis novos e usados, os estoques vêm diminuindo e houve redução significativa do número de lançamentos. Segundo o estudo Indicadores Imobiliários Nacionais – 3º Trimestre de 2017, apresentado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no acumulado do ano, os lançamentos de unidades recuaram 8,6%.
O conjunto destes fatores indicam uma tendência de redução da oferta final disponível ao consumidor, fim de grandes descontos e, por consequência, novo período de alta dos preços dos imóveis residenciais.
Na capital paulista, por exemplo, é possível observar a retomada de lançamentos nos bairros mais valorizados, próximos a metrôs e corredores e transporte público destinados aos segmentos de média e média-alta rendas. Há notícias, inclusive, de que algumas incorporadoras estão em busca de novos imóveis para recompor seus bancos de terrenos.
É claro que o reaquecimento do mercado não terá a velocidade de anos anteriores e dependerá, além da região onde o imóvel se localiza, da diminuição da taxa de desemprego, da aprovação de reformas (em especial, da reforma previdenciária) e da estabilização do cenário político nas próximas eleições.
Embora ainda haja muitas incertezas políticas e econômicas no país, é hora de quem deseja comprar um imóvel avaliar com cuidado o cenário.
O ano de 2018 pode ser o encerramento da janela de oportunidade para a compra de imóveis residenciais com preços ainda em baixa.
O ano de 2018 pode ser o encerramento da janela de oportunidade para a compra de imóveis residenciais com preços ainda em baixa.
Daniela de Pontes Andrade