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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Selic deve fechar ano abaixo de 10%, mas juro real seguirá alto

Tamanho do corte nos juros dependerá de reação da economia; para investir, renda fixa permanece atraente

O Banco Central decide nesta semana o rumo da taxa básica de juros da economia e, apesar de haver consenso no mercado de que a Selic encerrará 2017 abaixo dos 10%, há divergência entre analistas sobre o tamanho da redução dos juros até o fim do ano.
Ainda que a Selic chegue a 9,5% após a última reunião do Copom, conforme as projeções divulgadas no Boletim Focus do BC, a diferença entre os juros e a inflação esperada ainda será grande. “Com uma Selic de 9,5% e uma inflação de 4%, que é o que esperamos, temos um juro real de 5,29%, um número alto”, diz Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. Segundo Vieira, o Brasil deve seguir como o maior pagador mundial de juros reais.
Os juros reais elevados favorecem aplicações mais conservadoras, como o Tesouro Direto e Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), apesar das oportunidades que se abrem com a queda do juro, como o investimento em ações.
O economista-chefe da Quantitas Asset Management, Ivo Chermont, aposta em redução da Selic para 8,75% ao ano em 2017. “O PIB deve ter crescimento fraco ou nulo, o que permite um corte mais forte da Selic.”
Para o ano que vem, a expectativa geral do mercado é de queda da Selic para 9%. Mas parte dos analistas já vê espaço para uma descida rumo ao nível de 8%. Isso aconteceria por causa da combinação entre recuperação fraca da economia, desemprego em um patamar elevado, inflação mais baixa e real se valorizando ante o dólar. No entanto, a avaliação é de que o BC deve ser cauteloso “O BC vai querer dosar o quanto já cortou e o quanto isso se reflete na atividade”, diz o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato. O banco vê o juro a 9% este ano.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em janeiro, o BC surpreendeu o mercado com um corte de 0,75 ponto porcentual na Selic, atualmente em 13% ao ano. O presidente da instituição, Ilan Goldfajn, já afirmou que este será o novo ritmo de corte nos juros. A decisão será anunciada na noite de quarta-feira.
Com a forte recessão, a percepção é que a inflação está sob controle e deve encerrar o ano abaixo da meta de 4,5% perseguida pela autoridade monetária. “O BC mira essencialmente trazer a inflação para a meta”, explica Felipe Salles, economista do Itaú Unibanco. A instituição vê a Selic a 9,25% ao fim de 2017.
O desemprego pode tornar essa recuperação lenta, uma vez que o consumo, um dos ativadores da economia, deve seguir desaquecido. “A recuperação se dará mais no âmbito do investimento do que no do consumo”, diz Tatiana Pinheiro, economista do Santander. O banco vê a Selic em 9,5% ao fim de 2017.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

o que significa taxa selic?

taxa Selic é a taxa de financiamento no mercado interbancário para operações de um dia, ou overnight, que possuem lastro em títulos públicos federais, títulos estes que são listados e negociados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia, ou Selic.

Entenda o que é e como a Selic afeta a economia brasileira e o seu bolso

Quem acompanha o noticiário econômico já ouviu falar da Selic, mas poucos sabem efetivamente como funciona
Como é definida 


A Selic é definida a cada 45 dias pelo COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil).


Para que serve 

Para definir o piso dos juros no país. É a partir da Selic que os bancos definem a remuneração de algumas aplicações financeiras feitas pelos clientes. A Selic também é usada como referência de juros para empréstimos e financiamentos. Vale ressaltar que a Taxa Selic não é a utilizada para empréstimos e financiamentos na ponta final (pessoas físicas e empresas). Os bancos tomam dinheiro emprestado pela Taxa Selic, porém ao emprestar para seus clientes a taxa de juros bancários é muito maior. Isto ocorre, pois os bancos embutem seu lucro, custos operacionais e riscos de não obter de volta o valor emprestado.

A Selic e a inflação

A Taxa Selic é um importante instrumento usado pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando está alta, ela favorece a queda da inflação, pois desistimula o consumo, já que os juros cobrados nos financiamentos, empréstimos e cartões de crédito ficam mais altos. Por outro lado, quando está baixa, ela favorece o consumo, pois tomar dinheiro emprestado ou fazer financiamentos fica mais barato, já que os juros cobrados nestas operações ficam menores. 

A Selic e o câmbio

Quando a Taxa Selic está muito alta, o valor do dólar tende a diminuir no país. Isso ocorre, pois muitos investidores externos fazem aplicações no Brasil atreladas aos juros. Entrando e circulando mais dólares na economia brasileira, esta moeda se desvaloriza, enquanto o real ganha força. 

A Selic e o consumo

Como a alta da Selic encarece os financiamentos e aumenta os juros cobrados em cartões de crédito, fica mais caro comprar de forma parcelada. Logo, a Selic alta desestimula o consumo, reduzindo a venda de mercadorias e serviços. As empresas brasileiras e os consumidores acabam sendo prejudicados com este fator.

A Selic e a poupança

Quanto maior a taxa Selic, maior é o rendimento da poupança, pois esta taxa de juros é usada na definição deste tipo de aplicação financeira. A poupança, pelas regras atuais, garante rendimento de 70% da Taxa Selic mais a TR.

A Selic e a Bolsa de Valores

Um cenário econômico com a  Taxa Selic alta não é favorável para a Bolsa de Valores. Isso ocorre, pois com a queda no consumo, cai também a produção e o lucro das empresas que possuem ações na Bolsa. Neste cenário, muitos investidores preferem fazer aplicações financeiras em produtos atrelados a juros (fundos de renda fixa, por exemplo), deixando de investir em ações onde o risco é maior.

Taxa Selic atual

No dia 11/01/2017 o COPOM reduziu a Taxa Selic de 13,75% para 13% ao ano. De acordo com economistas, esta redução é o início de um ciclo que vai se estender até o fim deste ano (2017). A diminuição da taxa Selic está relacionada aos esforços do governo para retomar a atividade econômica. Foi possível, pois a inflação está demonstrando estar sob controle com viés de baixa nos próximos meses (fechou 2016 em 6,29%). O controle dos gastos públicos também possibilitou a queda dos juros.

Você sabia?

- A maior taxa Selic que o Brasil já teve, desde 1996, foi de 45% entre 05/03/1999 e 24/03/1999.

- A menor taxa de juros da economia brasileira é a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). Atualmente (setembro de 2016) ela está em 7,5% ao ano. Definida pelo Banco Central do Brasil e divulgada trimestralmente, esta taxa é usada, principalmente, nos empréstimos feito pelo BNDES ao setor produtivo.

Histórico da Taxa Selic nos últimos meses

Período de Vigência    |   % ao ano

12/01/2017 -                      13,00
01/12/2016 - 11/01/2017   13,75
20/10/2016 - 30/11/2016   14,00
01/09/2016 - 19/10/2016   14,25
21/07/2016 - 31/08/2016 - 14,25
09/06/2016 - 20/07/2016 - 14,25
28/04/2016 - 08/06/2016 - 14,25
03/03/2016 - 27/04/2016 - 14,25
21/01/2016 - 02/03/2016 - 14,25
26/11/2015 - 20/01/2016 - 14,25
22/10/2015 - 25/11/2015 - 14,25
03/09/2015 - 21/10/2015 - 14,25
30/07/2015 - 02/09/2015 - 14,25
04/06/2015 - 29/07/2015 - 13,75
30/04/2015 - 03/06/2015 - 13,25
05/03/2015 - 29/04/2015 - 12,75
22/01/2015 - 04/03/2015 - 12,25
04/12/2014 - 21/01/2015 - 11,75
30/10/2014 - 03/12/2014 - 11,25
04/09/2014 - 29/10/2014 - 11,00
17/07/2014 - 03/09/2014 - 11,00
29/05/2014 - 16/07/2014 - 11,00
03/04/2014 - 28/05/2014 - 11,00
27/02/2014 - 02/04/2014 - 10,75
16/01/2014 - 26/02/2014 - 10,50
28/11/2013 - 15/01/2014 - 10,00
10/10/2013 - 27/11/2013 - 9,50
29/08/2013 - 09/10/2013 - 9,00
11/07/2013 - 28/08/2013 - 8,50
30/05/2013 - 10/07/2013 - 8,00
18/04/2013 - 29/05/2013 - 7,50
07/03/2013 - 17/04/2013 - 7,25
17/01/2013 - 06/03/2013 - 7,25
29/11/2012 - 16/01/2013 - 7,25
11/10/2012 - 28/11/2012 - 7,25
30/08/2012 - 10/10/2012 - 7,50
12/07/2012 - 29/08/2012 - 8,00
31/05/2012 - 11/07/2012 - 8,50
19/04/2012 - 30/05/2012 - 9,00
08/03/2012 - 18/04/2012 - 9,75
19/01/2012 - 07/03/2012 - 10,50
01/12/2011 - 18/01/2012 - 11,00
20/10/2011 - 30/11/2011 - 11,50
01/09/2011 - 19/10/2011 - 12,00
21/07/2011 - 31/08/2011 - 12,50
09/06/2011 - 20/07/2011 - 12,25
21/04/2011 - 08/06/2011 - 12,00
03/03/2011 - 20/04/2011 - 11,75
20/01/2011 - 02/03/2011 - 11,25
09/12/2010 - 19/01/2011 - 10,75
21/10/2010 - 08/12/2010 - 10,75
02/09/2010 - 20/10/2010 - 10,75
22/07/2010 - 01/09/2010 - 10,75

Fonte: Banco Central do Brasil


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ECONOMIA FGTS Com uso do FGTS, financiar imóvel de até R$ 1,5 milhão ficará mais barato


Medida que amplia valor do imóvel que pode ser comprado com recursos do Fundo de Garantia passa a valer nesta segunda

Imóvel
Levantamento do governo prevê que a elevação do teto do FGTS vai resultar no financiamento de 4 mil unidades
A decisão do governo de elevar o teto de financiamento de imóveis com uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para R$ 1,5 milhão, em vigor a partir desta segunda-feira, 20, deve trazer algum alívio às incorporadoras, construtoras e consumidores, sobretudo os de classe média e alta. Mas, para especialistas, a medida não tem potencial para destravar de vez o mercado imobiliário e reinjetar ânimo na construção civil.
A economia para o consumidor mais endinheirado que está em busca da casa própria chega a R$ 250 mil ao final de um financiamento, segundo uma simulação elaborada pelo consultor Marcelo Prata, fundador do site Canal do Crédito. A parcela inicial, por exemplo, fica R$ 1.185,44 mais barata.
Já a taxa de juros pode ser 1,5 ponto porcentual menor entre o regime anterior e as novas regras. O efeito prático da redução no custo do empréstimo, contudo, deve ser maior. O cálculo utiliza a chamada taxa balcão, para quem não tem nenhum relacionamento com o banco. 
A resolução aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na semana passada permite não só o enquadramento no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), como já era permitido desde setembro do ano passado, mas inclui também o uso dos recursos do FGTS na compra.
Antes, imóveis a partir de R$ 800 mil ou R$ 950 mil, a depender da região do País, estavam de fora dessa combinação de utilização de dinheiro do Fundo e crédito subsidiado.
 “A crise no setor imobiliário é muito mais por falta de confiança dos consumidores e do alto nível de desemprego do que pelos juros em nível elevado. Logo, o incentivo de uso do FGTS tem mais peso”, afirma Prata. Segundo o analista, a prova disso é que não houve recuperação no mercado quando a primeira autorização, que não incluía o FGTS, foi decidida.
A alteração só engloba empreendimentos novos e terá validade até 31 de dezembro deste ano, quando o governo vai reavaliar se mantém o estímulo por mais tempo. 
Por excluir o mercado de usados, a medida pode ter efeito reduzido na economia, na avaliação do pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Eduardo Zylberstajn. “O proprietário de uma unidade usada poderia utilizar a nova regra para partir para um novo”, afirma. “A medida é endereçada às construtoras e só resolve parte do problema, que são os estoques altos”, avalia Prata, do Canal do Crédito.
De todo modo, Zylberstajn acredita que uma parcela da população deve ser beneficiada com a medida. “Desamarra um pouco o FGTS. Quem tem um valor considerável preso no FGTS a uma remuneração baixa agora pode destiná-lo à entrada de um imóvel”, afirma.
Para o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Flávio Amary, a elevação do teto servirá mais como um empurrão ao setor, mas não será suficiente para produzir alguma pressão de alta nos preços. “Quem tiver recursos para se antecipar neste momento de baixa pode ter benefícios na negociação”, diz.
Um estudo conduzido pela Secretaria de Planejamento e Assuntos Econômicos (Seplan), do Ministério do Planejamento, mostra que a medida vai gerar um impacto de R$ 4,9 bilhões na economia brasileiro neste ano. O reflexo no Produto Interno Bruto (PIB) deve ser de 0,07 ponto porcentual.
Nas contas da Seplan, a iniciativa poderá resultar em um acréscimo anual de R$ 490 milhões nos saques do FGTS. Esses recursos possibilitariam a venda de quatro mil unidades, mostra a projeção. “A medida vai contribuir para retomada do crescimento”, destaca nota do governo.
Amary, do Secovi-SP, é mais otimista e diz que o impacto da medida pode ir além do previsto. “Acredito que a medida deve ser vista num contexto mais amplo. O setor de decoração, por exemplo, deve ser beneficiado com o acréscimo de venda de imóveis novos”, destaca.
O executivo acredita que o atual ciclo negativo do segmento deve estar perto do fim. “Se confirmadas as expectativas de retomada de atividade no fim do ano, o setor deve melhorar as vendas e lançamentos”, afirma.
 / COLABOROU IDIANA TOMAZELLI

Não entre numa fria, leia esse artigo

Matrícula de imóveis trará dados judiciais

Nova regra permite que comprador saiba, olhando a matrícula, se atual proprietário é alvo de alguma ação que possa pôr a propriedade em risco

A partir desta segunda-feira, 18, para que o comprador de um imóvel saiba se o atual proprietário é alvo de alguma ação na Justiça que possa colocar a propriedade em risco no futuro, bastará olhar na matrícula da unidade para obter essa informação. A lei é de 2015, mas previa um período de adequação de dois anos. Agora, vale o que está contemplado na matrícula.
“O prazo de dois anos foi pensado para que não houvesse uma correria aos cartórios para a atualização das matrículas dos imóveis”, diz Abelardo Campoy Diaz, diretor do Secovi-SP, entidade que representa o setor imobiliário. “Essa mudança serve para dar mais segurança nas negociações, sobretudo do ponto de vista do comprador, além de agilizar o processo de transmissão de propriedade.”
Com a concentração das informações na matrícula – e a consequente redução no número de procedimentos do cartório –, o tempo para transmissão de propriedade deve cair 20%, de 25 dias para 20 dias, de acordo com estimativas do Banco Mundial. Os custos, no entanto, não devem ter redução substancial. Segundo os cartórios, na prática, o tempo de tramitação deve passar de 15 para 10 dias.
Douglas Gavras , 
O Estado de S. Paulo