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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Venda supera aluguel em mercado de apartamento de luxo em NY

Nova York, Estados Unidos: oferta adicional está derrubando os aluguéis das unidades mais caras
A Extell Development está desistindo do plano de colocar 38 unidades de sua torre One57 para aluguel.
Em vez disso, a construtora de Manhattan resolveu vendê-las neste momento de queda da demanda por aluguéis de luxo causada pelo excesso de oferta.
Os apartamentos, do 32º ao 38º andar do arranha-céu da West 57th Street, serão colocados à venda com preços a partir de US$ 3,45 milhões, disse a Extell em um comunicado na segunda-feira.
A construtora concluiu que o mercado de venda de apartamentos nessa faixa, perto do extremo inferior do que é considerado luxo, está melhor do que o de aluguéis de alto padrão.
“Nós reconhecemos a demanda por apartamentos com um tamanho eficiente e de luxo abaixo dos US$ 10 milhões”, disse Gary Barnett, presidente da Extell, no comunicado. “Não há absolutamente nenhum produto comparável atualmente no mercado”.
Os aluguéis de luxo estão proliferando em Manhattan em um momento em que os compradores de apartamentos caros, em muitos casos investidores de fora da cidade, tomam posse de seus apartamentos e depois rapidamente o colocam para alugar.
A oferta adicional está derrubando os aluguéis das unidades mais caras. A mediana de aluguéis mensais de um apartamento de luxo em Manhattan -- unidade que representa os 10 por cento superiores do mercado -- caiu 3,5 por cento em março em relação ao ano anterior, para US$ 8.228, disseram a avaliadora Miller Samuel e a corretora Douglas Elliman Real Estate em um relatório na semana passada.
“Eu partiria do pressuposto de que eles não tinham força no mercado de aluguel de luxo”, disse Jonathan Miller, presidente da Miller Samuel, sobre o plano da Extell. “O segmento mais fraco do mercado de aluguéis é o de aluguéis de luxo”.
A Extell, que inicialmente planejava reservar os andares mais baixos da torre de 306 metros de altura para aluguéis, tentou anunciar unidades para aluguel no 37º andar em maio passado, segundo o site de anúncios StreetEasy. Os preços variavam de US$ 13.350 por mês por um apartamento de um quarto com 95 metros quadrados a US$ 50.366 por mês por um de três quartos.
A Extell também havia tentado vender as 38 unidades de aluguel em um único pacote para investidores externos por US$ 250 milhões, reportou o Wall Street Journal em novembro.
Totalmente mobiliado
As unidades agora listadas para venda -- a maior delas, um duplex de 431 metros quadrados e quatro quartos -- serão entregues totalmente mobiliadas, segundo o comunicado da construtora. Sete das 38 unidades terão preços de mais de US$ 10 milhões, disse Anna LaPorte, porta-voz da Extell.
Os preços de venda serão mais baixos do que os de muitos que já foram comprados no One57, onde uma cobertura vendida por US$ 100,5 milhões é o negócio residencial mais caro já concretizado em Manhattan. Assim como os moradores dos andares mais altos, os compradores das novas unidades terão acesso a serviços de hotelaria do Park Hyatt New York, localizado no edifício. Entre as instalações recreativas do One57 estão uma sala de projeção e um espaço para performance, estacionamento próprio, uma piscina coberta e uma biblioteca.
“Trata-se de uma grande oportunidade para os compradores terem acesso à qualidade, ao estilo de vida e às instalações do One57 nessa faixa de preço”, disse Barnett no comunicado.
Oshrat Carmiel, da Bloomberg

Imóveis sofrem queda real de 8,21% nos últimos 12 meses



São Paulo – O preço médio dos imóveis subiu apenas 0,11% nos últimos 12 meses encerrados em maio, segundo o Índice FipeZap, que acompanha a variação nos valores de casas e apartamentos anunciados para venda em 20 cidades brasileiras. Essa é a menor alta em 12 meses já registrada pelo índice, que iniciou sua versão ampliada (com 20 cidades) em janeiro de 2013.
No mesmo período, a inflação medida pelo IPCA deve ficar em 9,06%, segundo a previsão do Boletim Focus do Banco Central. Isso significa que ao considerar o efeito da alta dos preços, o índice apresenta queda real de 8,21% em 12 meses.
A queda real é registrada quando o valor de um determinado bem tem uma alta inferior ao aumento generalizado de preços, medido por índices inflacionários, como o IPCA. Vale destacar que a variação real não é obtida com uma simples subtração. Para realizar o cálculo, é preciso dividir a oscilação dos preços pela variação da inflação.
Nenhuma das 20 cidades que compõem o índice registrou variação superior à inflação nos últimos 12 meses e em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife, Niterói e Distrito Federal houve queda nominal de preços (variação negativa) no período.
Variação em 2016 e em maio
No acumulado de 2016, o índice ficou praticamente estável, apresentando leve alta de 0,04%. No mês de maio, os preços também ficaram quase estagnados, registrando alta de apenas 0,07%.
Cinco cidades, dentre as 20 acompanhadas, apresentaram variação negativa no mês e apenas quatro cidades apresentaram altas acima da inflação: Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Vitória.
O valor médio do metro quadrado anunciado das 20 cidades foi de 7.639 reais em maio. Mesmo com uma queda de 0,56% dos preços em maio, o Rio de Janeiro continua sendo a cidade com o metro quadrado mais caro do país (10.282 reais), seguida por São Paulo (8.633 reais). Já as cidades brasileiras com menor valor médio do metro quadrado foram: Contagem (3.552 reais) e Goiânia (4.245 reais).
Veja na tabela a seguir a variação dos preços dos imóveis à venda nas 20 cidades acompanhadas pelo índice FipeZap em maio, abril e nos últimos 12 meses. A lista foi ordenada da maior para a menor variação em maio.
RegiãoVariação em maioVariação em abrilVariação em 2016Variação nos últimos 12 meses
Vitória1,32%0,80%2,13%6,64%
Curitiba0,82%0,84%1,93%2,40%
Porto Alegre0,66%0,52%1,28%2,59%
Salvador0,61%0,47%0,08%0,93%
IPCA (IBGE)*0,54%0,61%3,80%9,06%
Campinas0,27%0,18%0,67%2,22%
Belo Horizonte0,26%0,22%1,03%-0,25%
Contagem0,24%0,04%0,33%0,46%
Santo André0,23%0,12%1,98%4,54%
Santos0,23%-0,15%-0,90%1,11%
Distrito Federal0,14%0,19%-0,12%-0,36%
São Paulo0,12%0,06%0,32%0,72%
Índice FipeZap Ampliado (Venda, 20 cidades)0,07%0,07%0,04%0,11%
São Bernardo do Campo0,05%-0,03%0,31%1,38%
São Caetano do Sul0,04%0,07%0,86%3,35%
Vila Velha0,03%0,08%1,22%3,15%
Niteroi0,02%-0,17%-1,60%-2,63%
Florianópolis-0,03%0,16%2,70%6,63%
Fortaleza-0,07%-0,14%-0,87%1,77%
Recife-0,08%-0,06%-1,11%-1,39%
Goiânia-0,38%-0,16%0,84%2,20%
Rio de Janeiro-0,56%-0,30%-1,42%-3,31%
Veja na tabela abaixo o preço médio do metro quadrado anunciado em cada cidade em maio:
RegiãoPreço médio do metro quadrado em maio
Rio de JaneiroR$ 10.282
São PauloR$ 8.633
Distrito FederalR$ 8.586
Média (20 cidades)R$ 7.639
NiteroiR$ 7.447
FlorianópolisR$ 6.468
RecifeR$ 6.018
Belo HorizonteR$ 5.898
São Caetano do SulR$ 5.897
FortalezaR$ 5.864
VitóriaR$ 5.631
Porto AlegreR$ 5.596
CampinasR$ 5.420
CuritibaR$ 5.417
Santo AndréR$ 5.238
SantosR$ 5.063
São Bernardo do CampoR$ 4.894
SalvadorR$ 4.725
Vila VelhaR$ 4.498
GoiâniaR$ 4.245
ContagemR$ 3.552
O Índice FipeZap tem dados disponíveis sobre São Paulo e Rio de Janeiro desde janeiro de 2008. Para Belo Horizonte, a série histórica começa em maio de 2009. Para Fortaleza, em abril de 2010; para Recife em julho de 2010; e para o Distrito Federal e Salvador, em setembro de 2010.
Entre as cidades incluídas mais recentemente na composição do Índice FipeZap Ampliado, os municípios do ABC Paulista e Niterói têm dados disponíveis desde janeiro de 2012. Vitória, Vila Velha, Florianópolis, Porto Alegre e Curitiba têm séries históricas iniciadas em julho de 2012. O índice FipeZap Ampliado foi lançado em janeiro de 2013.
O indicador elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com o site de classificados Zap Imóveis, acompanha os preços do metro quadrado dos imóveis usados anunciados na internet, que totalizam mais de 290 mil unidades por mês.
Além disso, são buscados também dados em outras fontes de anúncios online. A Fipe faz a ponderação dos dados utilizando a renda dos domicílios, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Temperatura do mercado imobiliário brasileiro em 2016



Casa própria: Com mercado em crise, comprador pode encontrar boas oportunidades
São Paulo – Para mostrar qual será a temperatura do mercado imobiliário brasileiro em 2016, LG negócios imobiliários conversou com alguns especialistas, que responderam, entre outras questões, se o ano será bom para o comprador ou para o vendedor; se os preços dos imóveis estarão com descontos; e se os juros dos financiamentos estarão altos.
Confira os resultados a seguir e fique por dentro das principais tendências do mercado  para o ano que se inicia.
Atividade em baixa
Com os fortes indícios de que a crise econômica deve se manter em 2016, o mercado imobiliário deve ter outro ano de baixa atividade.
Apenas para citar alguns dados de 2015, de janeiro a setembro deste ano os lançamentos de imóveis no Brasil sofreram queda de 24% e o número de vendas caiu 7% em relação ao mesmo período de 2014, segundo pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, consolidada pelo Secovi-SP.
A cidade de São Paulo deve registrar uma queda de 38% nos lançamentos de imóveis, passando de um saldo de 33.955 unidades lançadas em 2014, para 21 mil em 2015, segundo dados do Secovi-SP. As vendas também devem sofrer redução de 20%, passando de 21.756 unidades comercializadas em 2014, para 17.300 em 2015.
Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP, acredita que a situação continuará ruim, mas tem chances de ser menos dramática do que neste ano. “O mercado imobiliário está vivendo uma hemorragia aguda e o quadro é tão grave que, apenas se parar de sangrar, já melhora muito”, afirma.
Em sua visão, no entanto, para que essa “hemorragia” seja ao menos estancada, uma solução para o impasse político precisaria começar a ser desenhada no começo do ano. “Enquanto não tivermos um norte, a situação continuará como está”, diz Bernardes.
João da Rocha Lima, professor titular de real estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), diz que não é possível saber, ao menos por ora, quando a crise política se encerrará, mas se isso ocorrer no começo do ano, o mercado imobiliário deve se recuperar a partir do segundo semestre de 2016.
“A recuperação será tão mais curta quanto mais rápido os agentes econômicos recuperarem sua confiança. Se o impasse político se resolver logo, o mercado volta, ainda que lentamente, no ano que vem. Caso contrário, a demanda reprimida continua e 2016 será um desastre”, diz Rocha Lima.
Ele acrescenta que o mercado imobiliário depende de dois fatores principais para crescer. O primeiro é a confiança do comprador sobre o futuro da economia, fator crucial para que ele se sinta confortável para destinar sua poupança ao imóvel. “A família precisa acreditar que esse valor não será necessário, já que a recomposição da poupança demora muito, de oito a dez anos”, diz.
O segundo fator é a confiança de que a renda não vai cair, já que para comprometer entre 25% e 30% do orçamento com o financiamento, por um prazo de 30 anos, o comprador precisa ter confiança de que seu emprego se manterá intacto. “Se esses fatores não tiverem presentes, a demanda não se anula, mas se reprime”, diz.
Preços mais baixos
Com a resolução do impasse político ou não, fato é que ao menos no início de 2016, os preços dos imóveis devem se manter em baixa. “A incerteza sobre os rumos do país se reflete em preços baixos. Não é algo homogêneo, mas os compradores conseguem achar preços convidativos em diversas regiões”, afirma o presidente do Secovi-SP.
De acordo com o Índice FipeZap, que acompanha o preço médio dos imóveis em 20 cidades brasileiras, o valor médio do metro quadrado nas regiões incluídas no índice subiu apenas 1,32% entre janeiro e novembro 2015. Considerado o efeito da inflação, isso significa que os preços tiveram queda real (variação inferior à inflação) de 7,44% no período.
Um boletim do FipeZap prevê, inclusive, que em 2016 os preços dos imóveis devem retornar ao valor que tinham em 2011.
João da Rocha Lima concorda que os preços devem se manter em baixa. “2016 é o ano de comprar e, a não ser que o país entre em uma depressão econômica brutal, em 2017 os preços tendem a ser maiores, pensando em um grau de recuperação qualquer”, diz.
Claudio Bernardes afirma que, segundo dados do Secovi, o preço médio dos imóveis ofertados em São Paulo caiu 10% de janeiro a novembro de 2015, o que significa que é possível encontrar unidades com descontos nessa faixa hoje na cidade.
No entanto, ele diz que esses descontos tendem a diminuir ao longo do ano, já que as empresas já estão buscando se ajustar à nova realidade, de menor demanda. 
Os descontos hoje são oferecidos porque os imóveis lançados em 2015 se depararam com uma demanda reprimida, diante da queda de confiança do comprador. Assim, para conseguir vender suas unidades em estoque em um momento de baixa procura, construtoras foram obrigadas a reduzir seus preços.
Em São Paulo, por exemplo, os estoques de imóveis, contabilizados a partir do número de imóveis em construção e prontos, devem encerrar dezembro com um número 5% superior ao registrado em 2014, segundo o Secovi-SP. Enquanto em 2014, a cidade possuía 27.555 unidades em estoque, neste ano o número deve subir para 28.500.
“A média histórica de estoque é de cerca de 17 mil unidades, estamos com muito mais unidades em estoques do que deveríamos ter, por isso as empresas estão agora lançando menos e oferecendo descontos”, diz Bernardes.
Ruim para quem vende
Os preços do mercado imobiliário são ditados pelos valores praticados pelas construtoras, segundo João da Rocha Lima. Assim, os preços de imóveis usados, vendidos por pessoas físicas, tendem a acompanhar os preços das unidades novas, vendidos pelas construtoras.
Por essa razão, os vendedores de imóveis usados também não devem conseguir preços bons nos seus imóveis. “Se a pessoa precisar vender, não tem jeito, mas se ela puder esperar o mercado se recuperar é melhor”, orienta o professor da Poli-USP.
Para Marcelo Prata, presidente do Canal do Crédito, 2016 ainda será um ano de acomodação “O mercado imobiliário tem uma característica muito particular: ele não deixa de existir e não fica totalmente paralisado. O que acontece em momentos como este é que o preço sofre uma acomodação, já que com mais dificuldades para vender, as construtoras oferecem descontos”, diz.
Ele acrescenta que o mercado vive um momento de histeria coletiva e tanto o comprador, quanto o vendedor, devem ficar atentos a isso.
“Enquanto vemos dados de entidades como Sinduscon, Secovi, Abecip, etc. de quedas nas vendas, muitas vezes a indústria imobiliária vai na contramão dos indicadores e vende a ilusão de que o mercado não está ruim. O setor tem que abandonar algumas práticas que talvez funcionassem no passado, mas que hoje já não funcionam, como vender otimismo onde não dá”, afirma Prata.
Matéria recentemente publicada por EXAME mostra que o setor de construção civil vive uma crise sem precedentes. Com algumas das maiores empresas do setor afetadas pela Operação Lava Jato, como Odebrecht, OAS, Galvão Engenharia e outras especialistas do setor acreditam que apenas em 2017 o mercado pode dar sinais de recuperação.
Crédito caro dificulta compra
Se por um lado os preços estão convidativos, por outro as condições de financiamento estão cada vez piores.
Ao longo do ano, a Caixa Econômica Federal, a maior concessora de crédito imobiliário do país, elevou suas taxas de juros repetidas vezes. A medida foi tomada diante das reduções de depósitos e aumentos de saques da poupança, principal fonte de recurso para os financiamentos de imóveis no país.
O Banco do Brasil e os principais bancos privados também elevaram suas taxas e, segundo o presidente do Canal do Crédito, ainda não existem sinais de que os juros podem ceder em 2016.
Ele acredita, porém, que o comprador que tiver estabilidade financeira e um valor razoável para oferecer como entrada deve, sim, aproveitar os descontos de imóveis agora, ainda que as taxas de juros estejam altas. “Neste ano, mais do que em qualquer outro, o comprador conseguirá negociar preços. Assim, os descontos podem compensar as taxas de juros mais altas", diz. 
Caso as taxas de juros diminuam futuramente, ele lembra que o tomador pode fazer a portabilidade de crédito para outros bancos e aproveitar as taxas menores. De acordo com a resolução 4.292 do Conselho Monetário Nacional (CMN), os bancos são obrigados reaalizar a transferência do financiamento para outras instituições, caso o cliente queira. 
De todo modo, é importante se certificar de que o desconto no valor do imóvel realmente compensa os juros mais altos ou se o preço está mais baixo apenas porque a construtora aumentou o preço de tabela, para divulgar "valores promocionais". Para isso, vale pesquisar os preços de imóveis semelhantes na mesma região.
Bom negócio para quem pode investir
Diante da expectativa de preços menores em 2016, o ano pode ser uma boa oportunidade para comprar imóveis com o objetivo de investir, segundo o professor de Real Estate da Poli-USP.
Ele afirma que o mercado imobiliário está se desestruturando neste momento já que as empresas estão buscando desovar seus estoques e reduzindo seus níveis de produção. Portanto, quando a economia se recuperar, a demanda que estava reprimida, mas não extinta, deve voltar e a oferta pode ser insuficiente. Assim, os preços podem ser pressionados.
“As empresas podem demorar a retomar sua capacidade de produção, o que pode gerar escassez de oferta. O investidor que enxergar isso e conseguir investir em um imóvel agora pode conseguir vendê-lo por um bom valor lá para o final de 2017, em um cenário pós-crise”, diz Rocha Lima.
Preços podem subir em São Paulo a partir de 2017
O comportamento do mercado imobiliário na cidade de São Paulo pode seguir tendências diferentes do resto do Brasil por causa de algumas leis e medidas de urbanismo recentemente aprovadas e outras que estão em discussão no momento.
Os principais destaques são o Plano Diretor Estratégico (PDE), que foi revisado em 2014 e define regras para o desenvolvimento urbano da cidade, e um novo projeto de lei que trata da revisão da lei de uso e ocupação do solo, cuja votação foi adiada para fevereiro de 2016.
A lei de zoneamento que vigora atualmente em São Paulo (lei nº 13.885) é referente a 2004, mas está passando por revisão na Câmara Municipal de São Paulo para se adequar ao novo Plano Diretor Estratégico (Lei 16.050/2014).
Conforme resume Rocha Lima, tanto o PDE, quanto a revisão da lei de ocupação, tornam mais restritivas as regras de construção de imóveis na cidade.
Entre os exemplos de restrição, estão: a limitação de 28 metros de altura (cerca de oito andares) para prédios construídos no miolo dos bairros; e a limitação de uma vaga de garagem por morador, sendo necessário o pagamento de outorga onerosa (contrapartida em que os empreendimentos pagam para construir) por vaga adicional.
“Com as restrições, os prédios terão menos andares e áreas menores. Como consequência, eles terão menos unidades, os custos serão repartidos por menos pessoas e o preço dos imóveis será mais alto”, afirma o professor do núcleo de real estate da Poli-USP.
Ele diz que esse encarecimento se dá principalmente em áreas centrais e já adensadas da cidade. Assim, as leis contribuem para que a população que trabalha em São Paulo busque moradias mais baratas em cidades da região metropolitana, como em Guarulhos e na região do ABCD.
“Essas leis expulsam a classe média da cidade e, como não temos um transporte qualificado, isso agrava o problema de mobilidade e cria uma insatisfação absoluta para essa parcela da população que passa a ficar duas horas e meia no trânsito para chegar ao trabalho", diz Rocha Lima.
Ele afirma ainda que as restrições devem levar as construtoras a priorizarem a construção de imóveis de luxo, já que são os únicos tipos de imóveis cujos valores de venda serão capazes de compensar os altos custos de construção.
“O Plano Diretor e a lei de ocupação encarecem os imóveis de maneira geral e deixam a dúvida: o mercado imobiliário em São Paulo vai parar? Alguns acreditam que sim. As novas regras valorizam os imóveis antigos, mas comprar imóvel usado e reformar não é uma prática boa para o mercado e não atende uma demanda de quase 30 mil imóveis por ano, como é o caso de São Paulo”, diz. 
Ainda que o cenário aponte para valorização dos preços, a maioria do empreendimentos em construção, que devem ser lançados para venda em 2016, foi aprovada quando o novo PDE ainda não estava em vigor.
Os empreendimento criados nos novos moldes do PDE devem ser lançados a partir de 2017. “Os preços podem ainda não ser pressionados em 2016 por conta disso, mas a partir de 2017 devem subir com força”, finaliza Rocha Lima.

 Priscila Yazbek

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Novo pacto nacional regula relação do cliente com o mercado imobiliário



Documento, que vem sendo construído ao longo de três ano, chega para normatizar os contratos de compra e vendas de imóveis no país
Preocupada em normatizar as relações do cliente consumidor com o mercado imobiliário, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC) comandou a elaboração do Termo de Compromisso Nacional para Adoção de Novas Práticas Contratuais. Esse documento, que vem sendo construído ao longo de três anos com participação da Ademi do Rio de Janeiro, Tribunal de Justiça do Rio, Abrainc, Procons, Senacon, e OAB nacional, chega para normatizar os contratos de compra e vendas de imóveis.
O documento foi apresentado a todos os envolvidos do segmento imobiliário e da construção civil no dia 2 de junho, em Brasília, durante encontro promovido pela CBIC. Na ocasião ficou acertado um prazo até o dia 8 de junho para os representantes das entidades apresentarem o pacto para seus associados e incluírem suas propostas para o documento final que será referendado em 60 dias.
O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (SINDUSCON-AM), que foi representado na reunião em Brasília pelo presidente da Comissão da Indústria Imobiliária, Marco Aurélio Bolognese, debateu com seus associados, Ademi-AM e OAB Seccional Amazonas, sob coordenação do advogado Renallt Lessa, do escritório Andrade GC Advogados, os termos do novo pacto e encaminhou suas sugestões ao CBIC no último dia 14 de junho.
“O novo Pacto vem para regular a relação do cliente consumidor com o mercado imobiliário por meio das incorporadoras e, não apenas, os distratos. O termo trata de diversos pontos, tais como: comissão e intermediação de venda, atrasos na entrega do imóvel e distratos, trazendo mais previsibilidade e segurança jurídica ao negócio”, explicou Bolognese.
Na avaliação do diretor, o pacto é extremamente positivo e tem a aprovação de grande maioria do segmento. “Em um acordo e ambos os lados precisam ceder e buscar conciliar interesses. Isso faz do termo um documento justo”, ressaltou Bolognese.
Fonte: Acritica

sábado, 11 de junho de 2016

Caixa suspende novos empréstimos para financiamento imobiliário com recursos da poupança

Caixa suspende novos empréstimos para financiamento imobiliário com recursos da poupança

Retirada maciça de recursos da aplicação levou o banco público a ficar sem dinheiro para fechar contratos.


Agência da Caixa Econômica Federal em São Paulo
Segundo funcionário da Caixa, diretoria emitiu uma orientação de que o banco está sem dinheiro para conceder novos empréstimos (Eladio Machado/VEJA)
A Caixa Econômica Federal orientou sua rede de agências a suspender todos os novos pedidos de financiamento imobiliário com base em recursos da caderneta de poupança. Isso porque nos últimos meses houve um saque recorde da poupança, o que levou a Caixa a ficar sem dinheiro para conceder novos empréstimos. A informação foi transmitida por fontes ligadas ao banco e ao setor da construção civil, e confirmadas pela reportagem por funcionários da Caixa.
Apenas nos quatro primeiros meses do ano, 8,9 bilhões de reais foram retirados da poupança da Caixa, o que corresponde a 37,5% - ou 23,7 bilhões de reais - dos saques totais do sistema. A maior parte da linha de crédito habitacional do banco vem de recursos da poupança. Dos 128,8 bilhões de reais contratados no ano passado, 79,4 bilhões de reais vieram do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) - ou seja, mais de 60% das operações tiveram como fonte os depósitos das cadernetas.
As operações com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) responderam por 40,9 bilhões de reais e 8,5 bilhões de reais foram contratados com recursos de outras fontes.
A suspensão dos novos financiamentos da casa própria foi passada às agências por determinação da diretoria da Caixa. Um gerente ouvido pela reportagem, que falou sob a condição de anonimato, disse que a "prioridade" do banco era contratar o que tinha sido aprovado até o dia 10 de abril, antes de a Caixa subir os juros. O banco precisa honrar os contratos assinados antes de aprovar novas operações.
"Do que foi aprovado a partir do dia 13 de maio não temos garantia de contratação, porque o banco não tem recurso para fazer essas operações", afirmou o gerente. "Nos orientaram a ter cuidado para não prometer o financiamento ao cliente e depois não cumprir porque o banco não tem o dinheiro disponível", completou.
Oficialmente, a Caixa afirmou que as operações com recursos da poupança estão ocorrendo "dentro do que foi estimado e programado". Informou também que "o foco" este ano é o financiamento de imóveis novos para a habitação popular. É o caso das operações do programa Minha Casa Minha Vida e daquelas que têm o FGTS como fonte de recursos.
"A Caixa esclarece que os canais são livremente escolhidos pelos clientes, conforme conveniência de atendimento e sem qualquer direcionamento do banco", informou a Caixa, em nota, sobre o comportamento dos funcionários.
(com Estadão Conteúdo)

O auge e a queda do mercado imobiliário em uma década

01/04/2016 09h26 - Atualizado em 01/04/2016 09h26

O auge e a queda do mercado imobiliário em uma década

Setor vive incerteza da economia, mas existe perspectivas de melhoras



imoveis_mercado_imobiliario (Foto: Shutterstock)Mercado imobiliário teve auge e queda. Momento agora é de incertezas.













O mercado imobiliário brasileiro viveu a última década de muito dinamismo e passou por duas fases bastante distintas. Primeiro, acompanhando o ciclo econômico do país em alta, experimentou um forte crescimento e registrou o auge da prosperidade. Porém, com a desaceleração da economia brasileira nos anos mais recentes, entrou em uma curva descendente significativa. E, agora, quais as perspectivas para o mercado imobiliário?

Em 2008, a crise imobiliária dos Estados Unidos refletiu de forma negativa em todo o mundo. Foi justamente neste pós-crise que a economia brasileira começou a dar sinais de prosperidade e o mercado imobiliário seguiu a mesma tendência. Afinal de contas, com uma economia fortalecida e estável, há uma melhora na empregabilidade, na renda e na confiança do consumidor com o futuro, características que garantem condições propícias para o investimento em um imóvel.

De acordo com levantamento global feito em 54 países pelo Banco de Compensações Internacionais (BID, na sigla em inglês), instituição que funciona como o banco central dos bancos centrais, a valorização imobiliária no Brasil foi de 121% nos cinco anos seguintes ao período pós-crise de 2008. Entre 2008 e 2011, a valorização anual ficou acima dos 20%.

"Acompanhando a valorização imobiliária também houve a expansão significativa no crédito para aquisição de imóveis. E a alta demanda pressionou também a valorização dos preços dos imóveis", afirma o economista Marcelo Barros.
imoveis_imovel (Foto: Shutterstock)specialistas afirmam que em 2016 a situação deve
melhorar
Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), houve um incremento de 42% no volume de financiamentos para construção e compra de imóveis em 2011 comparado com 2010, somando R$ 79,9 bilhões. Foram financiadas 493 mil unidades, 17% a mais que o ano anterior. Já o valor dos imóveis subiu 26%, de acordo com o Índice FipeZap.

Como a economia se manteve em uma crescente, com baixo desemprego, crescimento da renda e baixa inadimplência, a liberação do crédito imobiliário continuou em expansão nos anos seguintes. Em 2012, houve mais um incremento nos financiamentos, totalizando R$ 82,8 bilhões, alta de 3,6% sobre 2011. Em 2013, os números bateram recorde, atingindo R$ 109,2 bilhões, 32% a mais do que no ano anterior. Foram financiados 529,8 mil imóveis, alta de 17% ante os 453,2 mil de 2012.

"Porém, a partir de 2013, a economia começou a dar sinais de desaquecimento e começou um novo cenário com uma curva descendente, principalmente em 2015", ressalta Barros. Em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, foram realizadas muitas obras de infraestrutura nas cidades-sede e houve valorização de bairros mais próximos de onde essas melhorias foram feitas. Porém, já se ouvia falar em supervalorização dos preços dos imóveis e na construção se desacelerando para se adequar à demanda.

Neste ano, já não foi registrada tanta alta nos financiamentos, segundo a Abecip. Foram financiadas 538,3 mil unidades, encerrando o ano em estabilidade, com aumento de 1,6% em relação a 2013. Porém, somando todo o período o número representa um crescimento de quase 800% em nove anos até 2014. Em relação aos números, os financiamentos somaram R$ 113 bilhões e o incremento de 5,3% sobre o ano anterior se deu graças ao aumento dos preços.

Em 2015, no entanto, houve um agravamento na situação do mercado imobiliário brasileiro, puxado pelo enfraquecimento na economia nacional, além das incertezas políticas. "Se no primeiro momento, em um ciclo econômico crescente havia crédito imobiliário mais barato e uma demanda em alta, agora houve uma inversão desses fatores, já que os juros estão altos e o crédito mais escasso", revela Eduardo Zylberstajn, coordenador do Índice FipeZap.
imoveis_crise_mercado (Foto: Shutterstock)Economia instável e momento político deixa o
momento ainda mais delicado.
No ano passado, as taxas de juros para financiamento de imóveis tiveram um aumento por conta da grande retirada da caderneta de poupança e os depósitos mais limitados nesta que é a maior fonte de financiamento imobiliário do país. Soma-se a isso a instabilidade da economia brasileira e do cenário político. "O desemprego e a inflação estavam em alta e é preciso lembrar que o crédito imobiliário é de longo prazo e, com qualquer instabilidade, as pessoas tendem a adiar o projeto da casa própria”, diz Zylberstajn.

Além disso, foram implementadas mudanças nas regras de financiamentos e para os imóveis usados. O limite de financiamento passou de 80% para 50%, obrigando o consumidor a dar uma entrada maior. Segundo dados da Abecip, os financiamentos alcançaram R$ 75,6 bilhões no ano passado, uma queda de 33%. Foram financiadas 342 mil unidades, devido à baixa nas vendas e nos lançamentos.

O resultado final é que, em 2015, o preço dos imóveis no Brasil teve queda real, já que teve valorização de 1,32%, aumento que ficou abaixo da inflação registrada no ano. "As incorporadoras realizaram promoções, ofereceram descontos e tiveram menos lançamentos, já que o mercado estava relativamente parado", explica Barros.

E o que esperar?

A economia brasileira ainda está bastante instável, o que influencia negativamente o mercado imobiliário. "O setor depende de como está o cenário do país e não dá para falar em uma melhora econômica. E o cenário de instabilidade na política também contamina a confiança".
imoveis_linha_do_tempo_imoveis (Foto: ZAP em Casa)Na linha do tempo é possível conferir o quanto caiu os valores de financiamento no Brasil desde 2008.
Isso significa que a dinâmica econômica é um termômetro de como será o mercado imobiliário. No entanto, de acordo com o economista, o cenário ainda se mostra adverso a curto prazo. "A perspectiva é que haja mais queda no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2016", afirma.

No entanto, existem boas expectativas já para o próximo ano. "Se a economia começar a se ajustar e o Governo Federal começar a organizar não só as questões econômicas como também as políticas, a tendência é o mercado imobiliário apresentar uma melhora em 2017 porque uma economia ajustada vai trazer mais confiança no futuro e vamos voltar a ter crédito disponível", conclui Marcelo.
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